grayboy

6 de fevereiro de 2022

ULTRAVIOLÊNCIA

Eu sou fogo vivo a queimar

Quente, inflamado em chamas 

Estremeço o sol, esquento o magma

A soberania do inferno me reverencia

Cortejam-me as tórridas estrelas 

Pois para elas sou luz que reluz 

Abrasando o mais intenso calor

E de calor eu entendo, sou eu a própria calidez

Açafroado no soalheiro núcleo de WR-102

Sou quente demais, intenso demais

Belicoso demais quando tênue brasa vem oferecer-me seu calor 

Ora essa! Dou muito para receber tão pouco 

A ultraviolência no meu peito é energia latente no sentir

Se quiser me amar, supere meu calor 

Pois o propulsor do meu fervor borbulha nas chamas do mais intenso amor.


- Fhelipe Viegas 

4 de fevereiro de 2022

Desacostumado

Se eu tremer com seu beijo como o mar ressaqueado,
Perdoe-me, pois não estou acostumado a ser amado!
Se eu gemer com seu toque que me é tão alado,
Perdoe-me, pois não estou acostumado a ser amado!
Se eu não resistir a esse sentimento que se faz inflamado,
Perdoe-me, pois não estou acostumado a ser amado!
Se eu lhe deitar em um extenso verde gramado,
Perdoe-me, pois não estou acostumado a ser amado!
Se por vasto motivo me portar deslumbrado,
Perdoe-me, pois não estou acostumado a ser amado!
Se por choro de ciúme vier a ver-me tomado,
Perdoe-me, pois não estou acostumado a ser amado!
Se por medo de o perder meu coração se fizer acelerado, 
Perdoe-me, pois não estou acostumado a ser amado!
Se eu chorar quando não ouvir o meu chamado, 
Perdoe-me, pois não estou acostumado a ser amado!
Se por com outro estar conversando me vir triste, ensimesmado,
Perdoe-me, pois não estou acostumado a ser amado!
Se por um silêncio seu ao pranto me vir tomado,
Perdoe-me, pois não estou acostumado a ser amado!
Perpasse com os seus os meus lábios enamorados!
Peço-lhe tudo, menos que desse sentimento me deixe desacostumado. 

- Fhelipe Viegas