Ao longe, meus oníricos olhos a veem brilhar
Curvam-se, em todo o globo, à grande pedra
Até a grama escala o deserto para ouvi-la cantar
Unem-se as aves num canto uníssono e vibrante
A libélula dos montes respira o ar do novo dia
Não lhe foge a pasmaceira do etílico homem errante
Nem mesmo os silfos escapam da beleza que irradia
A vida nasce outra vez com o dormir da noite
A luz solar tateia o que, por hora, não posso
Todo esse meu amor que eu o também amoite
Todo esse meu estupor que eu tire do que é nosso
Cresce, lá fora, a vida esperando que eu esteja pronto
Ingênua, a pensar que disso não sobrará sequela
Só o prana não se encerra com o fim de um ponto
Pois tudo isso contarei que, triste, vi de uma janela.
O nosso amor, há muito, em quarentena.
- Fhelipe Viegas
Nenhum comentário:
Postar um comentário