grayboy

25 de dezembro de 2018

Nossa Volúpia

Não me olhe com essa constelação 
Não fique à espreita da fronteira
Mas, sim, toque meus dedos 
Contorne as linhas do medo e as atravesse
Ornamentados olhos castanhosos
Pouse sua mão sobre minha alma
Em uma experiência tátil 
Nebline-me com sua poeira cósmica
E tome caminho dos meus beijos 
Não se atormente, menino meu
Há passado muito tempo atônico
Em busca do meu céu
Percorra-me agora que pode
Tire a seda que, em minha pele, cumpre seu papel 
Não tema tocar-me e provar-me
O futuro do pretérito agora é seu presente
E como futuro temos uma certeza
Retonarmos ao cosmo em pó
Tome posse do que é seu
As estrelas pulsam latentes pela espera
Nebulosas ardem em anceio
O espaço inteiro deseja ver-nos 
fundidos em um só.
Vamos! Dê-me a mão!
Falta pouco para chegarmos 
Até o fim do universo
Uma noite inteira.
O ar arrasta.
Ah, há ar!
Ah, o ar!
E então, volúpia!

-Fhelipe viegas

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