Começo por tatear os arrepiados pelos
que desfrutam da fragrância emergida
sob uma grama nascida em um luar.
Por você eclodem alegorias platônicas
que do frívolo borrado emerge importância
e minha pele oleosa se põe a secar.
Eis aqui o seu trovador amado,
sob existência inane, hoje se faz
em cantigas de amor pondo-se a chorar.
Olhe como tudo hoje caricia de nós dois,
olhe como os pássaros pulverizam o jardim
com gotículas de saudade,
impregnando tudo por onde cai.
Olhe o jardim caído em marrom
entre o outono que se instala na primavera,
aqui estou sob minha velha árvore,
não mais em devaneio, mas em ferida razão.
Há nuvens lá em cima atravessadas por sol.
Há feridas aqui embaixo atravessadas por ti.
E lá? O que há lá dentro da casa que habitas?
Ouvi dizer que as poeiras foram aspiradas
e que as emolduradas fotos cintilam renovadas.
Ouvi dizer que a lasca da madeira,
antes ferida, hoje se põe consertada,
e que a nova tinta fresca exala sua nova fragrância
desde a branca blusa até a sua sacada.
A súbita ambientação transfundida
transformou nossos poemas de amor
em sátiras absortas em escárnio
que hoje tu declamas em deleite
nos cômodos vívidos de sua casa.
- Fhelipe viegas
Eis aqui o seu trovador amado,
sob existência inane, hoje se faz
em cantigas de amor pondo-se a chorar.
Olhe como tudo hoje caricia de nós dois,
olhe como os pássaros pulverizam o jardim
com gotículas de saudade,
impregnando tudo por onde cai.
Olhe o jardim caído em marrom
entre o outono que se instala na primavera,
aqui estou sob minha velha árvore,
não mais em devaneio, mas em ferida razão.
Há nuvens lá em cima atravessadas por sol.
Há feridas aqui embaixo atravessadas por ti.
E lá? O que há lá dentro da casa que habitas?
Ouvi dizer que as poeiras foram aspiradas
e que as emolduradas fotos cintilam renovadas.
Ouvi dizer que a lasca da madeira,
antes ferida, hoje se põe consertada,
e que a nova tinta fresca exala sua nova fragrância
desde a branca blusa até a sua sacada.
A súbita ambientação transfundida
transformou nossos poemas de amor
em sátiras absortas em escárnio
que hoje tu declamas em deleite
nos cômodos vívidos de sua casa.
- Fhelipe viegas
Nenhum comentário:
Postar um comentário